Hispéria (ou Hespéria) 1. Uma das ninfas inácides concebidas pelo potâmoi Ínaco 2. Hispânia ou Península Ibérica (Hespérica), tal como referida por Camões 3. Cidades dos Estados Unidos da América (Califórnia e Michigan) 4. Asteróide descoberto em 1861 por Giovanni Schiaparelli 5. Espécie de insecto (Aphaenogaster hesperia) 6. Espécie de gastrópode (Inodrillia hesperia) 7. Região do planeta Marte (Planum Hesperia) 8. Espécie de borboleta 9. Jornal (Hesperia) académico de Arqueologia 10. Cidade da Península Ibérica para onde confluem viajantes de todas as partes do mundo e centro mundial de estudos em mitologia (Hispéria).

segunda-feira, 25 de junho de 2012

18, a idade do recepcionista


Passava das 2 horas da madrugada quando acordei. A televisão ligada sem som noticiava um incêndio numa fábrica de alcatifas, 2 bombeiros levavam 2 crianças asiáticas pela mão. O presidente apelou à abertura de um inquérito para que viessem a apurar-se as causas do incêndio, e quando questionado sobre a presença das crianças asiáticas no interior da fábrica referiu que essa era uma questão prioritária. De seguida retirou-se, os jornalistas ainda lhe perguntaram sobre o escândalo sexual envolvendo o vereador do turismo e o vereador da área social, mas o presidente desapareceu dentro do carro de vidros fumados. 2 horas e 25 minutos da manhã para ser exacto. Tenho fome, desço as escadas. Na recepção está um rapaz de não mais de 18 anos, fuma um cigarro às escondidas que esmaga com os dedos por baixo do balcão; o queixo treme da queimadura.
- Boa noite, senhor – cumprimenta.
- Boa noite. Onde posso encontrar comida?
- Temos uma máquina na sala de visitas. As bebidas posso eu vendê-las, senhor, a máquina avariou na semana passada.
Pergunto-lhe se conhece Rosita da loja de velas e cortinados. Ele responde que não, que quem deverá conhecê-la é Alvarez, o segurança; já trabalhou na associação dos comerciantes e prestava serviço em muitas lojas e conhece todos os comerciantes e lojistas de Hispéria. Alvarez é um homem atarracado e com mais de 120 quilos. Encontro-o à entrada. Informa-me que a loja da Rosita fechou dois anos atrás, fugiu para a América, não se sabe se do Sul se do Norte, com dívidas por pagar. Pergunto-lhe que poderiam ter de tão especial os beijos de Rosita para que me tivessem sido aconselhados pelo dono da taberna El Caballo. Embaraço-me com a pergunta. Ele encolhe os ombros e diz que não sabe. Refere-me porém o professor García, especialista em mitologia Hisperiana, especialidade que começou com a descoberta de dezenas de cemitérios antigos por toda a cidade, e desde então tem criado as mais diversas ramificações: mitologia culinária, mitologia urbana, mitologia ancestral, mitologia habitacional, etc.. O professor García é mestre em mitologia contemporânea e ele será o homem certo para me falar de Rosita, assegura-me. Agradeço e despeço-me. Subo as escadas.

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