No Clube das Incertas Viagens e Remotas juntam-se frequentemente duas velhas que sabem muito bem jogar o bridge e conversar sobre os mais diversos assuntos. Ocasionalmente, brindam fora de horas a factos tais como a Tomada da Bastilha e a queda do castelo de Montblanc, no norte França, às mãos da dinastia dos Sioux, que de índio ostenta apenas o nome. Oleonor, a turca, e também a mais velha das velhas, queixa-se amiúde da perna direita e refere que se não fosse o cão alsaciano que deixou na sua casa do lago, em Tuz Baraji, jamais a Turquia a tornaria a ver mancar.
- O Kirse ladra de acordo com a hora do dia e com a cor do céu. As saudades são a pior das campanhias.
Lá fora, a noite cai com esplendor, e as brasas escondidas no céu acendem-se por ordem dos viajantes do tempo. Uma aragem surda corre baixinho nas ruas e o silêncio regressa ao lugar que sempre conheceu. Hispéria alonga os braços e desfalece no canapé.
Encostados a uma mesa do canto, eu e o meu tio bebemos cafés calados. As velhas falam alegremente sobre fatalidades; como falecer com dignidade, é esse o tema da conversa. Oleonor insiste: a alma do viajante não reconhece a morte como sua. A ossuda Ingrid defende a universalidade da morte, mas sem grande convicção, pois, apesar da racionalidade do seu argumento, também lhe custa admitir que o viajante não passe de um mero mortal e não habite o mesmo céu de Zeus ou de Hera.
- O Kirse ladra de acordo com a hora do dia e com a cor do céu. As saudades são a pior das campanhias.
Lá fora, a noite cai com esplendor, e as brasas escondidas no céu acendem-se por ordem dos viajantes do tempo. Uma aragem surda corre baixinho nas ruas e o silêncio regressa ao lugar que sempre conheceu. Hispéria alonga os braços e desfalece no canapé.
Encostados a uma mesa do canto, eu e o meu tio bebemos cafés calados. As velhas falam alegremente sobre fatalidades; como falecer com dignidade, é esse o tema da conversa. Oleonor insiste: a alma do viajante não reconhece a morte como sua. A ossuda Ingrid defende a universalidade da morte, mas sem grande convicção, pois, apesar da racionalidade do seu argumento, também lhe custa admitir que o viajante não passe de um mero mortal e não habite o mesmo céu de Zeus ou de Hera.
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