Hispéria (ou Hespéria) 1. Uma das ninfas inácides concebidas pelo potâmoi Ínaco 2. Hispânia ou Península Ibérica (Hespérica), tal como referida por Camões 3. Cidades dos Estados Unidos da América (Califórnia e Michigan) 4. Asteróide descoberto em 1861 por Giovanni Schiaparelli 5. Espécie de insecto (Aphaenogaster hesperia) 6. Espécie de gastrópode (Inodrillia hesperia) 7. Região do planeta Marte (Planum Hesperia) 8. Espécie de borboleta 9. Jornal (Hesperia) académico de Arqueologia 10. Cidade da Península Ibérica para onde confluem viajantes de todas as partes do mundo e centro mundial de estudos em mitologia (Hispéria).

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Pierre-Yves Andour



Pierre-Yves Andour (Dakar, 2 de Novembro de 1967) é um compositor, intérprete e músico senegalês apenas ultrapassado em fama por Youssou N'Dour. Em 1998, a revista africana Africa is Joy, especializada em música contemporânea de raízes tradicionais, em danças tribais e em lotes de pimenta – um conjunto temático que teve o seu apogeu nos anos 50, mas que tem vindo a perder fulgor -, considerou Andour um ícone da música senegalesa. “Apesar da fragilidade das suas cordas vocais, dos seus fracos dotes enquanto percussionista, da sua ridícula capacidade interpretativa e das suas letras demasiadamente básicas, Andour tornou-se um ícone da música senegalesa. Não conseguimos ainda descortinar as razões para esta adoração patética, próxima da automutilação, a que jovens e velhos se prestam”, esclarecia o editor Jean-Luc Vilou. Na capa da revista, Andour sorria encostado a uma palmeira na Corniche de Dakar e logo atrás dele uma multidão de jovens descalços praticava desporto. Em Hispéria, Andour montou um pequeno negócio de búzios do mar que Maria Boneca, uma brasileira do Ceará, mãe de 5 filhos, José Um, José Dois, José Três, José Quatro e José Almeida, cuida com carinho como se da sua própria casa se tratasse. “Trabalho para o senhor Pierre-Yves Andour há dois anos. Nunca me faltou ao respeito, que é o mais importante, e apalpa-me sempre as mamas quando chega de viagem, e isso dá-me algum prazer”, esclarece Maria Boneca. “Eu gosto disso, amo búzios, penso que é uma paixão familiar, porque já o meu adorado pai adorava búzios, assim como o seu pai e o pai do seu pai e o pai do pai do seu pai ”, acrescenta Andour sorrindo. 

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Abhijat Abhijat



“Esquecer o mar e viajar” - é assim que Abhijat Abhijat descreve a forma como inspira profundamente e submerge no caldo das ostras do mar de Ratnagiri. “Os primeiros dois minutos são de absoluto abandono. Move-nos a água interna, a água das veias, a águas de milhões e milhões e milhões de animais marítimos”. Além de ostreiro, Abhijat Abhijat  é um dos maiores poetas indianos vivos, tendo sido, em 1995, distinguido pela academia indiana com o prémio carreira por 90 anos ao serviço da poesia. “Eis o mar / e nele me afogo” são os seus dois versos mais famosos, profusamente cantados pelas velhas e novas gerações de cantores e trovadores no entardecer dos bares marítimos da Índia. Poderemos encontrá-lo junto a uma banquinha construída em madeira balsa, ao fundo da Rua 13, uma das artérias comerciais mais importantes de Hispéria, vendendo chapéus de palhinha e coloridos cata-ventos. Ali permanecerá por 2 meses, esperando que os ventos quentes reencontrem o aroma da canela nas ruas de Ratnagiri.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Lista de objectos que Varazabi, a ugandesa, guarda na sua malinha de osso e pele de leopardo

1. Uma chave amarela outrora pertença da sua avó materna, Mariunda, voraz comedora de peixes-gato do rio Urj, usada para espantar os espíritos da casa branca, herança de um velhote inglês que julgou encontrar na floresta verde de Urj o paraíso terrestre.
2. Uma semente de rutileiro, árvore abundante na zona setentrional de Urj cuja principal característica é brilhar nas noites de tempestade.
3. A fotografia de um chimpanzé chamado Urj comendo um fruto amarelo semelhante a uma banana.
4. Um cordão de tecido prateado e roxo usado durante as cerimónias religiosas de Urj, o deus das chaves, das sementes, das fotografias, e dos cordões - na verdade, o deus de tudo o que brilha e de tudo o que se apaga, tal como descrito no livro de Urj, um livro de 333 páginas escrito em folhas de palmeira e de bananeira.
5. Um rádio a pilhas oferecido por Krugman, um viajante alemão coxo especializado em viagens no árctico.
6. Areia quente do deserto de Urj.
7. Um gafanhoto verde embalsamado.
8. Um casulo de amaxinadraneres, a majestosa borboleta dos pântanos de Urj que voa 450 quilómetros até chegar ao meio do deserto de Urj e aí morrer sob o brilho da lua.
9. Uma caixinha de chá do Ceilão com 800 anos.
10. Um frasquinho azul com os cordões umbilicais secos dos seus 50 filhos: Abelinduna, Retuinda, Tuounda, Reundoio, Qenlotue, Aniolunde, Creiunsadute, Veriulundo, Olunidruede, Eqalondeuinde, Lolundoeu, Kiundoeundu, Juliunedui, Kuoluilunde, Jundounde, Mundoeonde, Loeonde, Uilounde, Unonde, Pinudonde, Tuinduendo, Ruentonde, Tywunde, Pondueinde, Quindoende, Munde, Londulinde, Linduindeuinde, Mundiendi, Suiondeuinde, Soindeonduei, Kulionde, Pondeiunde, Sazuindonde, Zuzoende, Bondeuinda, Numbuindeonde, Kuimbeonde, Deonunde, Eundouinde, Aquindoende, Londeuinide, Pondeloindonde, Londuende, Desuendonde, Suindedonde, Azuonde, Quindeonde, Toundeonde, Conduinda (grafia dos nomes adaptada a partir do dialecto exclusivamente oral de Urj).