Hispéria (ou Hespéria) 1. Uma das ninfas inácides concebidas pelo potâmoi Ínaco 2. Hispânia ou Península Ibérica (Hespérica), tal como referida por Camões 3. Cidades dos Estados Unidos da América (Califórnia e Michigan) 4. Asteróide descoberto em 1861 por Giovanni Schiaparelli 5. Espécie de insecto (Aphaenogaster hesperia) 6. Espécie de gastrópode (Inodrillia hesperia) 7. Região do planeta Marte (Planum Hesperia) 8. Espécie de borboleta 9. Jornal (Hesperia) académico de Arqueologia 10. Cidade da Península Ibérica para onde confluem viajantes de todas as partes do mundo e centro mundial de estudos em mitologia (Hispéria).

segunda-feira, 9 de julho de 2012

O quintal de Alvarez

can tunaO quintal de Alvarez é constituído por duas parcelas simétricas: a primeira é dedicada à plantação de batatas. São batatas turcas, explica, trazidas pelos avós dos avós dos avós de Alvarez. Tudo no discurso de Alvarez diz respeito aos avós dos avós, e conta mesmo que não havendo memória de mar em Hispéria os bivalves não mentem: a verdade é só uma, em tempos houve mar nesta terra. De seguida conta a história dos primeiros viajantes que aportaram em Hispéria. Por mar, claro está, conta Alvarez. Eram animais pequeninos, soprados por uma vaga fortíssima de leste. Tal como os humanos, partilhavam segredos e anotavam mentalmente as respectivas genealogias, de modo que a ligação entre genealogia e memória começou aí, com esses animais pequeninos. Entretanto muda o sentido do discurso para falar da sua dieta, referindo que leva muito a sério os seus 120 quilos e que todas as manhãs come 5 pães com café. Ou então com leite. A outra parcela do terreno é dedicadas a investigações, e coloca um ar bastante solene quando diz "investigações". Com pás, picaretas e outros instrumentos de perfuração investiga o solo de Hispéria. Coisas muito importantes estão nesta terra, diz de olhos fechados. Nos anos que leva de investigações encontrou 2 latas de atum de uma fábrica entretanto falida chamada "Amor del Atún", uma boneca de porcelana com uma perna partida e um ramo de oliveira dentro, de olhos pintados a tinta da china e com um lenço na cabeça onde se pode ler "Muñeca Tonta"; encontrou também uma embalagem de lixívia da marca Neoblanc e um saco de lulas podres. Foi muito complicado perceber a que árvore pertenceria o ramo na boneca, e por isso recorri ao senhor Joaquín, especialista em mitologia botânica. Somos assim em Hispéria, mitologistas e viajantes; e alguns viajam no próprio quintal. Estou muito contente com as minhas investigações, é um processo bastante enriquecedor. Alvarez sorri.

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